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Mostrando postagens de 2015

De tradições e glórias mil

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Fui muito pouco em estádio de futebol pra ver o Corínthians jogar. Foram apenas três vezes desde 1982 quando descobri o “time do povo” depois de uma derrota para o São Paulo. A primeira vez foi em 25 de janeiro de 1991 quando o Timão tinha acabado de se sagrar Campeão Brasileiro pela primeira vez. Era uma partida no Estádio do Canindé, jogo válido pela antiga Copa EuroAmérica contra o Hamburgo da Alemanha. O interessante é que eu não fui pra capital pra ver o jogo. Fomos eu e mais dois amigos vender quadros do Corínthians Campeão Brasileiro de 1990. Antes da partida foi um fiasco as vendas, mesmo porque, já era proibido entrar até mesmo com jornal dentro dos estádios. Na medida em que o tempo foi passando, fui me envolvendo com atmosfera do jogo. Debaixo da marquise do Canindé, fui sentindo meu coração acelerar em cada batida do bumbo da Gaviões e com os gritos de “ Timão ê ôôô ”... Tive que entrar e ver o coringão derrotar o time alemão por 1 a zero, gol de falta de neto deba

Tempo

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A infância brincando desobediente de tempo. Os velhos já visualizando maneiras de fim...

Quebranto

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O passarinho, coitado, esteve exposto aos olhares dos transeuntes do portão pra fora. Amanheceu cego de um olho. Ficou ali, encorujado no silêncio de uma manhã meio que ensolarada. Ela não notou nada. De pé desde as seis da matina, foi pentear o cabelo, passar café. Abrir a casa pro dia entrar. A gaiola no prego da parede caiada. Não notou nada. A vassoura que serve de apoio varreu o pó do chão antigo. Um vai-e-vem da eterna saudade dos que não vieram mais. Outras aves já imprimiam a liberdade pelo céu: pardais, sanhaços, bem-te-vis... De repente... Ela desconfiou de um silêncio que vinha da gaiola. Foi trocar a água, assoprar o alpiste... Estendendo a habilidade humana, as ferramentas tiniam os acordes do trabalho. Uns chegavam ao sono do dia, outros saíam ao destino da luta capital. Saí meio apressado. Entrei, peguei duas bananas no cesto da copa. Troquei uma conversa com ela: -Coitado do meu canarinho... Acordou cego de um zóio... Num tá nem cantâno... Eu

Um Novo Jornal em Aparecida

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Como uma colcha de retalhos, a ideia inicial é que, das lembranças de valor histórico, uma a uma, coletivas ou não, possamos fundamentar o processo de composição da memória de um lugar para que esta possa ser devidamente documentada e arquivada no propósito de ser resgatada num determinado momento e colocada à disposição de estudos para entender melhor uma época. Na formação de opiniões, a publicação jornalística é parte fundamental deste processo. Ela resgata a literatura urbana de seus colaboradores para dar mostras de que, quando existir um jornal mais independente, naturalmente ele despertará a vocação de muitos para a provocação, relacionando-os com tudo aquilo que questiona, contesta ou desagrada ao que está estabelecido. Isso, aliado a coragem, pode tornar a nossa imprensa mais livre e cultural. Cada qual com seus meios e oportunidades, vamos então dando manutenção para eternizar a literatura urbana local enfatizada por acontecimentos que reescrevem a nossa história.  A

Ô cumpadi, vem qui!...

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Rua Santa Rita e o Cemitério nos idos de 1925 A Família Pasin chegou ao Brasil em 1888. Estabeleceram-se no Bairro de Santa Rita dos Machados numa propriedade que era cortada pelo Ribeirão Chácara. Um deles, o Pedro Pasin, era um notório pedreiro. Sempre procurado para grandes empreitas, e também para pequenas reformas nas casas e comércios da redondeza. Corria o ano de 1925 e o Pedro Pasin foi contratado pra reformar uma sepultura no velho cemitério Santa Rita. Um libanês da praça queria aumentar em mais uma gaveta o jazigo da família e engrossar o reboco para revesti-lo de mármore depois. Praticamente recém inaugurado nas terras doadas pelo lendário Simão Miné, o cemitério não era cercado por muros. Existia uma cerca de arames que limitava o santo lugar com a rua. Trabalhou a semana toda na empreita até que na sexta-feira a tarde notou que o tempo começava a mudar. O céu escureceu rapidamente. A ventania trazia a notícia de chuva forte, sinal também de serviço perdido, poi

Por decreto!

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Artur Marques na década de 1980 Um pouco antes das eleições de 2010, o candidato a deputado federal pelo PT, Carlos Zaratini, esteve reunido em Aparecida para angariar votos. Não me lembro muito porque “cargas d’água” eu estava por lá, participando daquele encontro político. O presidente da câmara à época, vereador Harlei Diniz, me apresentou como jornalista em face a minha colaboração e publicações neste quinzenal. Num dado momento do encontro, eis que vem em minha direção o jornalista Artur Marques, que com toda simpatia, estendeu-me a mão ao cumprimento perguntando: -Então você é o famoso Lúcio Mauro? Legal te conhecer pessoalmente garoto. Sempre leio seus artigos... Senti-me orgulhoso com tudo aquilo que ouvia daquele ícone do jornalismo aparecidense. Sem pestanejar, o Artur me disparou a seguinte frase. Na verdade um honroso convite: -Lúcio, me manda alguma coisa pra gente publicar n’O Aparecida. Faço questão de dar um espaço a  você no jornal... Aquele convit

Em memória do Soldado Desconhecido

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Era bem cedo quando encontrei meu grande amigo Eliandro Batista esperando uma consulta nas dependências do Centro de Saúde de Aparecida. Em meio a nossa conversa pitoresca, ele me surge com uma ideia, que na verdade era defendida pelo seu saudoso pai o “Profeta”, de construir um monumento em homenagem ao Soldado Desconhecido, que tem uma data comemorativa no dia 28 de novembro, em algum lugar estratégico de Aparecida. Aquela conversa informal tomou de arroubo minha manhã. Conversando com o Eliandro, também pude saber que um dos entusiastas dessa empreita adormecida era o meu amigo Júlio da Banca. No mesmo dia tive uma conversa rápida com o Júlio a respeito, manobrando a nobre ideia na projeção deste feito histórico. Coincidentemente, na tarde deste mesmo dia, encontrei com a amiga Beth Freitas, filha do herói e ex-combatente Dito Freitas, onde o assunto tomou mais ênfase. A partir desta data me vi instigado pela concepção desta homenagem a ponto de procurar por sites específ

A destreza do olhar

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Todos nós somos um pouco retratistas.  Nem que seja de retina. O diafragma do olhar captura,  revela-se o instante na memória  e em película sensível  imprime na saudade...

À César o que é dele

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... E sou surpreendido ao abrir outro jornal que circula em Aparecida. Estava lá, publicado em papel nobre, um texto que narrava uma parte inesquecível da história vitoriosa do Aparecida EC, o famoso “Furacão do Vale”. Junto do texto, ilustrava a página uma foto do esquadrão aparecidense, destacando a imagem do saudoso artilheiro Márcio Heleno. O assunto me interessou... E começo a ler a crônica que era assinada por um autor desconhecido. O nome e o apelido vinham acima do texto. Mas eu não sabia quem era. Logo no início percebi que ao menos o enredo da prosa era conhecido. O texto parecia tão real, tão enxuto e bem escrito que minhas emoções vieram à tona. Era como seu eu tivesse vivido aquela história. A narrativa esplêndida exalava verdade em suas frases. Uma fidelidade canina nas palavras em sintonia com a verdade das minhas lembranças. Fui viajando no tempo. Entrando na dimensão da minha particular saudade. O autor do texto definia até mesmo minúcias que eu ne

Geografia

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Depois de alguns anos sem se encontrarem, dois amigos se esbarram em plena Praça de São Benedito: -Cara, quanto tempo não vejo você. Você sumiu! Está morando onde agora? -Caramba José. Quanto tempo! Como você está? Eu me casei, tenho um casal de filhos. Estou morando agora em BH... -Ah é... Nossa, que legal né... -Vou estar por aqui este fim de semana. Se der, vamos tomar uma cerveja por aí pra gente colocar a conversa em dia... -Ah beleza! Estou sempre por aqui... -Então tá... Um abraço... -Outro pra você... Nisso, o dia seguiu tranqüilo, até que outro conhecido parou pra jogar um resto de conversa fora ali na praça: -Fala José, tudo certo? -Tudo certo sim, tudo beleza... Fulano me diz uma coisa, você é bom de geografia? -Geografia? Ah, no tempo da escola eu era bom sim, por quê? -Não. É que... Você sabe onde fica BH?... -Ô Zé, deixa de ser ignorante cara (risos). Você nessa idade não sabe onde fica BH... Fala sério né... Houve um breve silêncio até qu

Pontos

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Aspecto de questionamento. Talvez por isso não sorria. Mas tinha exclamação nos olhos. Isso apagava qualquer interrogação...

As controvérsias de um estado laico

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...E sou cercado por um daqueles evangélicos de terno que carrega a bíblia surrada debaixo do braço me fazendo referência ao novo templo de Deus que seria inaugurado em alguns dias. Tentou me envolver com suas pregações e foi me entregando um panfleto que continha alguns salmos. Fui sucinto ao lhe informar que minha religião não era a dele. Ele questionou tentando me arrebatar dizendo ser um erro algumas pessoas ainda se prostrarem aos pés de imagens simplesmente feitas de gesso, colaborando com a heresia. Falou, falou, falou... Ao fim dessa investida, agradeceu-me a atenção. E antes de partir pra sua missão de juntar ovelhas, disse que o endereço do tal ministério estava ao pé do panfleto, caso eu mudasse de ideia e quisesse comparecer no culto inaugural. E lá estava escrito: Ministério da Semente de Deus Avenida Padroeira do Brasil 13 Bairro de São Roque (Ao lado do Mercadinho São José)...

O chifre

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Por conta de minha filha Larissa estar tendo febre há uns três dias, uma tia de minha esposa, em conversa por telefone, foi sucinta em seu comentário: “Essa menina está assustada ou aguada por alguma coisa”... De fato, em duas idas ao pronto socorro, os pediatras não conseguiram detectar nenhum problema mais grave. Não era garganta, ouvido ou algum dentinho nascendo, o que estava causando estranheza pela febre decorrente. Além de dar o “diagnóstico”, a tia foi logo dizendo o “antídoto” para a cura: chá de hortelã com raspas de chifre de carneiro. Vivi entre as crendices populares típicas de cidades do interior. Convivi com todos os meus avós e minha mãe, nos arautos dos seus 78 anos, ainda prega essa cultura popular de usar plantas e métodos pouco convencionais para curar algum mal. Assim sendo, mesmo cético para algumas coisas na vida, lá fui eu tentar encontrar o tal chifre... Não me aventurei em outro lugar sem antes passar pelo mercadão de Guaratinguetá. A minha intui

Prólogo

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Tudo na vida tem um começo, um meio e um fim. Um dia ainda sentirei muita saudade de mim.

Pernas pra que te quero!

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Eu tinha acabado de assumir meu plantão no posto de recepcionista do Pronto Socorro da Santa Casa de Aparecida. Eram quase oito e meia da noite quando uma irmã religiosa que também trabalhava por lá solicitou pelo ramal minha presença no centro cirúrgico. Lá chegando, me deparei com uma caixa de papelão num canto do setor e a ordem da freira: -Por favor, preciso que você leve esta caixa para o necrotério pra mim... Já há algum tempo trabalhando na Santa Casa, tinha ouvido inúmeras histórias sobre o lugar que sempre aguçava a minha imaginação, fazendo com que sombras esculpissem vultos instigantes no famoso necrotério. Eu desconhecia o conteúdo da caixa até o instante em que, já no corredor das alas, a freira detonou a informação que preferiria não saber: -Cuidado com esta caixa e com a perna amputada que está aí dentro viu... Aquilo em meus ouvidos soou como uma bomba. Não sabia se o dono daquela perna tinha morrido ou não. Se estava esperando por ela ou

Triste olhar

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Um romeiro que estava a passeio em Aparecida com a esposa tinha acertado a milhar na loteria numa extração que pagou ao sortudo alguns milhões de Cruzeiros. Na felicidade de estar tomando umas “biritas” no antigo Bar do Léga, o romeiro acabou deixando escapar que a sorte lhe foi generosa. No marasmo de pouco movimento durante os dias de semana, em questão de minutos, a “boa nova” se espalhou pelo largo da capela e logo uma meia dúzia de moleques engraxates estavam cercando o sortudo pela praça a fim de dar um lustre no “ Passo Doble ” do freguês. Arrastavam-se atrás dele feito pintinhos atrás da galinha. Os dias foram passando e o camarada foi ficando incomodado com a situação de ter que pagar pelo brilho no seu sapato toda vez que saía do Hotel Queiróz, onde estava hospedado. Era apontar o nariz para praça e lá vinham os engraxates lhe abordar. Isso se arrastou pela semana toda em que esteve pela cidade. No último dia da sua estadia em Aparecida ele sentiu certo alívio

O observador

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O silêncio do apartamento vazio denunciava uma fuga. Um bilhete grudado entre os ímãs da geladeira relatava a frieza das palavras. Junto, uma foto e uma pequena e estranha chave condicionavam mais desespero àquele desterro: “Ainda preciso que me dê provas de seu amor. Nessa minha última estadia em Paris, coloquei um cadeado com nossos nomes gravados nele. Ainda busco por você e não fui capaz de jogar a chave nas profundezas do Rio Sena. Se me ama mesmo como diz, busque, encontre e traga esse cadeado pra mim”... A fotografia deixada junto com o bilhete a mostrava na famosa Ponte d’Art, em Paris onde casais do mundo todo prometem mutuamente amor eterno trancando um cadeado na grade da ponte. Ele entrou em desespero. Passou horas e horas tentando entender onde poderia ter errado. Pelo cansaço, acabou dormindo em meio a foto e o bilhete rasgados em vários pedaços. No outro dia bem cedo, a primeira memória em sua cabeça era aquela que tentava solucionar aquela improvável e impos

Palavras ao vento

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O silêncio anda zunindo o dia  como se alguma palavra arrastasse. A pequena muda cresceu, virou árvore e floresceu como se falasse...

O adeus ao Mestre

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Estreitei meus laços com o Mestre em 2004, quando comecei a fazer parte do seleto grupo que escrevia para o Jornal Tranca e Gamela, recém criado. Transitar palavras entre ele, Zilda Ribeiro, Alexandre Lourenço, Luiz de Moura e Luizão Freitas, ícones da cultura aparecidense, era algo inimaginável para o “escritor” novato. Um início literário que me marcou profundamente. As dicas preciosas que ele me passou desde aquele tempo ainda carrego comigo. “Cutucadas” e conselhos. Críticas absolutamente construtivas. Simples e objetivas. Dizia-me sempre que “ os jornais evitam a ditadura do conhecimento imposta por aqueles que detêm o poder”.  “Que era preciso escrever, continuar, fazer cada época prevalecer na memória”. Foi presidente e fundador do MDB, diretório de Aparecida, em 1968 e encabeçou um grupo seleto de aparecidenses que ficou conhecido como um grupo de resistência democrática, fundando à época os Jornais A Verdade e O Lince , acreditando que política se faz com ideias em c

O retrato do cão

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Diziam os mais antigos desta redondeza que um daqueles anjos caídos da legião de lúcifer entrou em arrependimento pelos atos cometidos e decidiu em audiência com Deus pedir seu lugar no céu de volta. Após uma longa conversa com o Criador, o desertor teve certa complacência a seu favor e teria que realizar uma tarefa que Deus determinaria pra ele cumprir. A tarefa era simples: Deus pediu que ele trouxesse uma fotografia de si próprio para que pudesse devolvê-lo ao etéreo da forma mais sublime. O cão achou aquilo muito fácil. Desceu então a terra e foi parar em Aparecida do Norte onde ficou sabendo que havia uma quantidade enorme de retratistas labutando na praça em frente à igreja. Apresentado em um impecável terno preto, o anjo caído escolheu um deles e pediu o serviço. Prontamente o retratista ajeitou sua máquina caixote, enquadrou o dito cujo e disparou o obturador. -Vai levar alguns minutos... Enquanto isso o senhor pode dar uma volta pela praça... E ali ele ficou espia

A peruca voadora

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Já foi narrado várias vezes em crônicas publicadas ao longo do tempo a fidelidade que algumas romarias tinham em fotografar sempre com o mesmo retratista que labutava na Praça Nossa Senhora Aparecida. Um grupo vindo da cidade de Araxá trazia consigo a história de um lavrador que havia encontrado a cura de um câncer e estava aos pés da Santa agradecendo pelo milagre. O chefe da romaria logo foi procurar pelo retratista oficial que sempre tirava os retratos deles há alguns anos. Era o fotógrafo Toninho Alfaiate. -Bom dia, o senhor sabe quem é o Toninho Alfaiate? Estou vindo este ano na paricida no lugar do meu pai e ele me recomendou que procurasse por ele... Impulsionado pela malandragem e pelo pouco movimento naquela manhã, aproveitando que o Toninho ainda não havia subido para a praça, o retratista Curau não hesitou: -Bom dia meu senhor, sou eu mesmo, Antonio Alfaiate. Em que posso ser útil? -Ah sim, intão... tem um cumpadre nosso lá de Araxá que carece muito em tirá um

O "primo" Lindóia

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Além de disputar romeiros durante o dia de trabalho, sempre que podiam, os retratistas se reuniam para disputar uma partida de futebol no lendário campo da santa, local onde se encontra hoje a Rádio e TV Aparecida. A coisa ficava séria quando o time do Kodak E.C., formado pelos fotógrafos da praça, jogava contra o time formado pelos agenciadores e flanelinhas. A disputa era acirrada, digna de crônica e manchete na extinta Gazeta Esportiva da época. Naquela tarde o time do Kodak ia para o jogo desfalcado de alguns considerados titulares. O saudoso retratista Bichêra era um deles. Ele optou por ir para a praça naquele dia pra ver se conseguia bater algumas chapas, visto que estava com o aluguel da sua casa atrasado e não poderia participar da peleja de logo mais. Mas o movimento muito fraco na praça ia fazendo o Bichêra desistir da empreita... Ele começou a juntar suas “tráias” quando de repente um romeiro o aborda: -Companheiro, gostaria de tirar um retrato em frente a igre

"Zap-Zap"

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“Olhos nos olhos, quero ver o que você faz, ao sentir que sem você eu passo bem demais”... Nunca pensei tanto numa música hoje em dia como esta do Chico Buarque que descreve com precisão essa espécie de liberdade em que me encontro por ter desativado o aplicativo WhatsApp do meu celular. Notei que mesmo sem querer eu andava distraído por aí, com os olhos na tela do smartphone, sem nem olhar pros lados. Isso era um perigo. Soube de um caso em Guaratinguetá de que um jovem quase foi atropelado porque atravessava a avenida olhando pro celular, grudado no “zap-zap”. Em segundos o grupo do cidadão já sabia do acontecido. Ele se safou como um verdadeiro herói entre os amigos. São simplesmente 450 milhões de usuários. Eu tenho, ( tinha ) você tem, a velha, o padre, e de repente, até o andarilho tem. Muitas pessoas abandonaram o aplicativo por conta da enxurrada de mensagens recebidas. Muitas sem nenhuma importância. A formação de grupos acarreta ainda no compartilhamento de conte