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Mostrando postagens de abril, 2012

Valores

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É andando pelas ruas que entendemos a necessidade das pessoas em se manifestar deixando mais que provado que a comunicação é a necessidade primeira de todo ser humano, seja nas artes, na música, na fotografia, na escrita ou na dança. Dentro disso, infelizmente viemos numa poluição sonora sufocante. E de uns tempos pra cá, notamos também uma poluição visual fora do contexto. Pensei muito nisso até que encontro um desses "flayers" de um forró em que estava escrito em letras destacadas: "OS FODAS DO BRASIL". Lia-se ao lado o nome da dupla sertaneja e mais embaixo o nome do forró: "SANTA FÉ". Depois, dentro do ônibus visualizo um letreiro de uma loja de roupas cujo nome do estabelecimento era:"SANTA LUXÚRIA". No outro dia também vejo um "out dor" no caminho do trabalho escrito: "ESCAPULÁRIO", onde dois dragões compunham o logotipo da loja em questão. Dias depois, lendo um jornal da localidade, encontro a seguinte propaganda: "

Os mestres no limiar do tempo

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O domingo nublado não trazia consigo ainda o friozinho típico do outono. Os romeiros iam e vinham adentrando a igreja velha de Aparecida, coordenados por um guarda de azul na entrada do templo. Em meio a tanta gente, de longe não foi difícil enxergar os dois fotógrafos conversando... Aproximei-me como quem já o conhecia de longa data. O professor Nelson Chinalia estava entrevistando o antigo retratista Toninho Minaier parecendo estar em “transe” com as velhas estórias do retratista. Nelson havia vindo de Campinas até Aparecida somente pra ver se “tirava” do velho fotógrafo informações que pudessem esclarecer o fato das velhas máquinas tripé lambe-lambe terem desaparecido. Substituídas pela novidade da Polaroid, as máquinas lambe-lambe sucumbiram diante da falta de material usado para a elaboração das fotografias em preto e branco. Postais de 9x12 cm. “Depois da Polaroid, passamos a usar essas máquinas do Paraguai de filme 35 mm. Daí pra máquina digital foi rápido. Eu mesmo vendi a minh

O segredo

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Passava quase todo dia pela calçada deixando a vagar por um bom tempo no ar um inconfundível perfume. Ele tinha como oficio chaveiro. Sempre compenetrado com o enigma que toda chave tinha de “soltar e prender”. Bastou uma vez. Uma única vez em que ele sentiu o perfume trazido pelo forte vento que por sua vez entrou porta adentro. Ele saiu correndo olhando pra todos os lados tentando ver a flor que havia exalado aquilo. Numa bela manhã, ele pôde enfim conhecê-la... Sabedor da hora exata em que a flor voltava, argumentou sua magia sentida num bilhete, o qual mandou um moleque guardador de carros entregar. Suspense. De longe ele viu a donzela ler demoradamente o papel que dizia: “Sou um humilde chaveiro e creio que tenho a chave pra abrir seu coração”... Por dias e dias, nos mesmos horários, indo e vindo, ela permaneceu reclusa ao ato do pobre chaveiro. Nem um olhar, nem muito menos um aceno. Já descrente daquela cantada, noutra manhã, ao abrir as portas de sua oficina, encontrou um bilhe

As obras monetárias do acaso...

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Era minha última moeda de Real no bolso. De frente a uma casa lotérica, quis brindar a sorte e decidi comprar uma daquelas "raspadinhas" que remetem-nos ao prêmio quando aparece o valor por três vezes. Até que fila andou rápido... Dei a moeda e recebi a tal raspadinha. Com uma das minhas chaves raspei esperançoso na fortuna fácil e eis que vi ali três vezes o valor de 1 Real. Volto para a fila, agora um pouco mais comprida e pedi que me trocassem a premiada por outra cartela. Assim fiz por quatro vezes a mesma coisa, pois o "grande prêmio" de 1 Real me perseguia. Outra vez na fila, acabei por dar a minha vez pra uma senhora que, cheias de sacolas dependuradas nos braços, queria quitar um boleto e, de troco, pegar uma raspadinha. Uma última ainda ficou bem visível na vitrine da lotérica. Não preciso dizer que a raspadinha da mulher estava premiada com um valor de 100 Reais e a minha, a última da vitrine, nem se quer me proporcionou uma nova troca...

Alguns logradouros de Aparecida.

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O GPS, Sistema de Posicionamento Global, tem como uma das aplicações mais exploradas a utilização do sistema em automóveis. Ele vem incluso com mapas das cidades e locais em que o motorista estiver guiando, permitindo a ele traçar percursos e rotas com facilidade. Encontrar ruas ficou muito fácil com o tal do GPS, a bússola do futuro. Quando eu ainda trabalhava no setor de ambulância no Pronto Socorro de Aparecida, pelos anos ali, pude decorar os bairros onde determinada rua ficava com muita facilidade. Mas o mais notável disso era poder direcionar o motorista do carro a um lugar onde ele desconhecia. Muitas vezes não adiantava dizer o nome do bairro. Era preciso explicar que a Rua Ana Rosa Penido, por exemplo, era a “Rua Nova”, perto do Seminário. Estes pontos de referência facilitavam quando a memória do amigo motorista falhava em relação à localização da rua. E assim por muito tempo certas ruas da cidade foram recebendo denominações precisas para as pessoas mostrarem sua localização