Adeus Doutor!


Era um diferenciado.
Craque dentro de campo e melhor ainda fora dele.
Símbolo de liberdade, Sócrates foi o líder da “Democracia Corinthiana” que revolucionou o futebol. Dizia que o Corinthians era mesmo um símbolo de brasilidade.
Pelas eleições diretas para presidente Sócrates subiu em palanque dizendo que “queria mudar seu país”.
Os olhos de todo mundo se direcionavam para seus brilhantes toques de calcanhar, sua marca absoluta. Foi assim que começou a usar tornozeleiras amarelas. Braços estendidos, punhos cerrados. Era assim que comemorava seus gols. Era tudo numa espécie de protesto ante a repressão política que imperava na época.
Em 1984, num dos comícios das “diretas já”, o Doutor da bola bradou para milhares de pessoas que “se houvessem eleições diretas para presidente, ele não deixaria seu país”. A emenda do Deputado Dante de Oliveira não foi aprovada, e o craque se transferiu para a Itália para jogar na Fiorentina, onde ficou por pouco tempo.
Polêmico, entusiasta, revolucionário. Um gênio. Corinthiano de entranhas.
Acostumado a dar alegrias para a imensa torcida corinthiana, o craque deixou este plano revolucionando o conceito de tristeza da morte num dia em que toda a nação alvinegra estava feliz pela conquista do Pentacampeonato Brasileiro.
Valeu Doutor!
Esteja em paz.

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