O adeus do velho combatente


O que dignifica a existência de um homem passa sempre pela hombridade de seus gestos.
Logo, sua história vai além da sua existência, onde, seu tempo, parece se instalar numa espécie de pacto com os dias.
Seu silêncio era na verdade seu mais forte grito. O grito de um homem cansado pela luta da vida e pelas injustiças que ela traz.
Mas ele não tombou. Nem pelo cansaço, muito menos pelas históricas injustiças. Resistiu como um herói às batalhas contra os preconceitos, onde as cicatrizes, se arrastaram como testemunhas pelo tempo sem fim.
Negro forte na postura transcendente de sua raça. Homem Límpido como a lágrima um dia caída.
Ainda muito jovem, a serviço da Pátria, Benedito José de Freitas partiu para os campos da Itália e lutou bravamente pelas Forças Aliadas na Segunda Grande Guerra Mundial como soldado integrante da Força Expedicionária Brasileira e recebeu no curso de seus 93 anos de existência inúmeras condecorações e honrarias.
Incansável e benemérito desportista, de amizade saudável e convivência sempre afetiva, respeitosa e sincera. Gostava de ensinar "como combater a guerra sem derrubar um corpo sem alma".
Imortal combatente...
Das suas glórias creio que o futuro desenhará uma saudade impar. Suas façanhas esportivas, suas histórias vencendo os preconceitos. Sua galhardia enfim será um estímulo para se continuar acreditando na vida.
Sempre...

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