Os reis da cortesia.


A arte de servir é destinada a poucos. Poucos são os que cumprem na vida seu ofício com tanta maestria.
No dia 11 de agosto é comemorado o Dia do Garçom, profissionais que participam anônimos dos nossos momentos alegres e, às vezes, dos instantes ruins dos que se isolam numa mesa de bar tentando esquecer alguma amargura da vida. Quantos garçons são e foram testemunhas de confiança de decisões, de inícios de namoros que acabaram em casamentos. Quantos destes profissionais já se transformaram em mensageiros carregados de bilhetinhos nos bolsos do paletó registrando a arte do encontro ou em elos que unia a música do artista aos ouvidos mais sensíveis e corações mais atentos.
Para o garçom o tempo não existe. Entre o momento de chegada e o de saída no trabalho há um espaço incomensurável onde ele consegue adquirir um dom específico para agüentar a “beudice” de alguns e inventar mil conversas para agradar a outros que nem fazem muita hora no lugar. Um papo atual ou saudosista, dependendo do freguês. Dentro disso, seu profissionalismo o faz ímpar onde ele vê e trata a todos de forma igual.
A memória vai vasculhando, em meio ao texto, lembranças. O momento faz de repente este aprendiz recordar o Padre, na Choperia Zé de Lima. O Cabide, no lendário Bar do Nenê. O Miro Elache e o Geraldo no bar do João Donaldo. O Brito, hoje no Skina Beer. O Zé Mauro no Recreio. Os Maitres Paul e o Orlando. O Pedro, o Serginho e o Adir lá no Restaurante Aconchego. Serginho Pocotó, Chico Pelote, Luis de Óculos, Joaquim da Banca. O meu camarada Ademir e o Edvaldo, anjos do Phumbika. O eterno Ercílio.
Aquela geração de ouro que se formou no Senac na cidade de Àgua de São Pedro: Ronaldo, Elpídio, Paulo Xuxa, o Saulo e o meu amigo Morales, filho do Moraeszinho. O Maestro no Bar do Ditão, o Nhóla. O Geraldo Elói e o Otto, desaparecidos misteriosamente dados seus particulares motivos. Meu irmão Roberto Dias talvez um dos mais sérios profissionais nessa área. Mestre na arte de etiqueta da mesa e doutor em gastronomia.Todos os da nova e da velha guarda.
Que a nossa mente possa valorizar um pouco mais esses profissionais que muitas vezes passam despercebidos nos nossos momentos de maior descontração. Somente esses profissionais entendem realmente que “a vida não é tão curta que não haja tempo para uma cortesia”.
Parabéns pelo dia, garçons de cada dia.

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